domingo, 25 de outubro de 2015

Estamos lutando \o/ - Parte 1

Eu sumi, desculpem. Precisava de um tempo para assimilar a situação e todas as informações até aqui.

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Por que fiquei incomodada com o fato da médica que estava me atendendo ter falado em "milagres" e "ter fé"? Eu sei, ela tentou com isso me dar esperança em algo que, pelos exames mostrados a ela, tinha prognóstico reservado (resultado desconhecido, mas com pouquíssimas chances de sucesso). Mas me incomodou bastante... Porque ela não falou cientificamente, quais as chances?

O problema é que, se desse errado, como tudo indicava que daria. Seria culpa minha? Por não ter fé suficiente? Seria culpa de Deus? Por decidir que ainda não era hora dessa criança vir?

Me recuso a pensar assim.

Não, não seria culpa minha e também não poderia culpar a Deus. Porque eu sei que Deus deseja o melhor para mim e se não desse certo, é porque realmente não era para ser AINDA. Não posso ficar de joelhos implorando por esse milagre sendo que não sei se esse seria o melhor para mim, não sei quais os planos que Deus tem.

O que posso fazer é ter fé e acreditar nele. Eu sei que ele está aqui segurando a minha mão, tentando me guiar pelo melhor caminho.

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Uma colega de trabalho do meu marido telefonou para ele para tirar umas dúvidas e, percebendo a voz triste dele, perguntou o que estava acontecendo.  Marido explicou toda a situação...

Essa colega então disse: Porque vocês não vão ouvir outra opinião? Olha tive amigas que tiveram problemas também, vá procurar fulando, fulando ou fulano e ver o que dizem. E também quando precisar fazer ultrassom, vá em fulando, fulano ou fulano, que eles são os melhores em ultrassom...

Eram indicações de obstetras de alto risco e ultrassonografistas.

Escolhemos um nome na lista que essa colega dele deu. Pelo nome, parecia ser alguém lá do interior do meu marido. Tentamos agendar o mais rápido possível, a agenda dele é concorridíssima. Milagrosamente, e com um empurrãozinho de médicos conhecidos, conseguimos consulta para o dia seguinte.

Fomos ao obstetra de alto risco.

Entrei no consultório e não sabia por onde começar. Perguntei a ele, se ele queria que eu contasse a história lá do começou ou só do desenrolar a partir do exame positivo. Surpreendentemente, ele falou que queria saber a história do começo (e eu gostei muito dessa resposta dele).

Contei toda história... da síndrome de ovário policístico que disseram que eu tinha (não lembro se contei isso a vocês, que teve um médico lá na minha adolescência que me disse que quando eu quisesse engravidar, poderia ser que tivesse certa dificuldade, que eu teria que procurar ajuda especializada...). Contei que tomei anticoncepcional por 15 anos por causa disso e quando parei o ac fiquei sem menstruar, que tinha ido a GO investigar por achar que era por causa da SOP, mas a GO disse que tudo estava "normal", eu não tinha a SOP, que era para perder peso. Contei que seis meses depois, fui em outra GO, meio desconfiando do diagnóstico da primeira e sentindo umas pontadas suspeitas. Que novamente fizeram exames e descartaram a SOP, mas que havia uma desconfiança de endometriose. E eu estava agendada para fazer o exame para diagnosticar quando começou o pesadelo... Pegar o exame o exame de gravidez positivo, começar a sangrar, procurar a GO e ela estar viajando, correr para emergência... Contei que me atenderam no corredor e que falaram que eu estava abortando. Que procurei outra médica, ela mandou fazer um exame de sangue e descobriu que eu não tinha abortado, que me passou medicação e colocou de repouso e que na ultima ecografia havia aparecido um hematoma de 84% e que durante a ecografia, o ultrassonografista deu uma sentença de morte. E que depois, quando fui mostrar o exame a médica, ela começou a falar em ter fé e milagres...

Lógico que contar tudo isso escrevendo é fácil. Lá, eu quase caí no choro. É difícil falar disso. A voz falha e os olhos se enchem de lágrimas.

O obstetra pediu para fazer outra ecografia lá na hora.

Mostrou lá o embriãozinho, estava com batimento 147 *.*

De volta ao consultório, ele falou que pelos cálculos dele, o hematoma tem 45%. E que em 99,5% das gestações (essa parte acho que ele exagerou para tentar me tranqüilizar ao máximo, então vamos considerar "mais de 90%"), o hematoma costuma regredir...

Disse que hematomas/descolamentos no início acontecem em cerca de 30% das gestações. E que não se sabe porque aparece, disse que a pessoa que descobrir a causa ganhará um prêmio Nobel...

Continua no próximo post... Link para a parte 2


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