sábado, 21 de maio de 2016

Sobre a consulta de retorno com o hematologista...

Ontem marido nem sequer lembrava que teríamos a consulta e ainda perguntou se eu queria que ele fosse. Nessas horas, eu preciso respirar fundo para não iniciar uma briga desnecessária... Respondi simplesmente que sim, eu queria que ele fosse junto.

Chegamos quinze minutos antes do horário. Na recepção do prédio erraram meu nome no crachá e eu tive que pedir para consertarem... (não me julguem... só que eu realmente detesto quando erram meu nome).

No consultório logo percebi que haviam três pessoas na nossa frente. é, isso mesmo. Estava exatamente no nosso horário e ainda tinha três pessoas na frente e lá não é por ordem de chegada não. Tudo estava super atrasado. Até entendo o motivo do atraso. Esse médico hematologista passa um bom tempo com cada paciente, ele gosta de explicar tuuuuuudo, então super vale a pena essa espera toda.

Duas horas depois do previsto, fomos atendidos. Dessa vez eu estava mais tranqüila do que da outra consulta (vide post Consulta Hematologista e provável TPM). Comecei mostrando os exames que já tinha mostrado na consulta passada e depois entreguei os novos. Ele olhou e assinalou quatro itens nos exames: Mutação MTHFR (homozigoto A1289C), Polimorfismo PAI1 4G/5G, Fator VIII e Fator IX.

Bem, como eu já tinha dito no post "Fatores de trombofilia? Heparina? Causa do aborto?", eu já sabia que era trombofilia mesmo... Estava meio conformada com a idéia.

Aí ele foi explicar lá que eu tinha fatores que aumentavam o risco de fazer coágulos e esses coágulos podiam interromper o fluxo sanguíneo e causar uma trombose. Que era uma alteração genética que fazia com que eu demorasse o dobro do tempo para desmanchar esses coágulos do que uma pessoa sem essas alterações. Que em situações especiais, como a gravidez, tinha que tomar alguns cuidados, pois a gravidez por si só também aumenta esses fatores de coagulação...

O que ele recomendou a respeito? Usar AAS e umas vitaminas manipuladas e a partir da fase lutea, usar anticoagulante e cálcio. Caso engravide, manter as medicações até o período puerperal. Todo mês fazer consulta de acompanhamento no hematologista, além do acompanhamento com o obstetra.

Lógico que não fiquei nem um pouco animada com isso. Fui logo imaginando como seria tentar natural com baixas chances de sucesso e, mesmo assim, ter que me furar umas 15 vezes todo mês... Imaginando como seria essa gravidez com as tais "picadinhas do amor", imaginando como seria ficar nove meses aflita sem saber se o bebê estava bem ou se havia parado o coração.

Acho que o médico percebeu e já foi logo dizendo que não era para ficar triste e com medo quando pegasse o positivo pois com as medicações iria diminuir os riscos e seria uma gravidez quase normal. Ele também recomendou que evitasse comentar muito sobre isso com as pessoas em geral, pois a maioria não entende e poderiam falar muitas bobagens que só me deixariam para baixo.

Assim como aquele obstetra de alto risco que fui quando estava grávida, este hematologista costuma atender muitas grávidas desesperadas, então imagino que ele já sabe mais ou menos o que passa pela cabeça delas.

Perguntei (só por perguntar mesmo, porque eu já planejo fazer pré natal com obstetra de alto risco de qualquer forma) se o obstetra teria que ser de alto risco. Aí o hematologista disse: "olha, eu não costumo chamar de gravidez de alto risco, costumo chamar de "gravidez preciosa", ok? Porque a rigor, realmente é uma gravidez preciosa por tudo que vocês passaram e nós vamos acompanhar direitinho ela".

Sai do consultório com uma peca de papeis: O receituário com as medicações para usar nas tentativas e gravidez, instruções de locais de aplicação da medicação, uma declaração que sou portadora de fatores de risco para trombofilia (esta declaração é para que eu tente conseguir as medicações pelo sus ou pelo plano de saúde), recomendações para viagens longas de mais de oito horas e recomendações sobre o uso de anticoncepcionais, caso precise voltar a usar.

Quando estava prestes a sair do consultório, vi que meu nome estava escrito errado nos papéis, não resisti, tive que falar que estava escrito errado. Aí o médico disse que foi bom ter avisado porque poderia dar problema na documentação quando fosse tentar solicitar a medicação. Ele fez outros papéis, dessa vez com o nome escrito correto, e me entregou. =P Até que tem suas vantagens esse meu abuso quando erram meu nome.


Digamos que estou bem perdida com tudo isso. Queria que num passe de mágica chegasse o dia em que saímos da maternidade com o pacotinho nos braços. Agora realmente não me passa mais pela cabeça voltar para casa e ficar esperando acontecer.

O hematologista disse que a trombofilia pode ter atrapalhado na implantação do embrião na primeira gravidez e talvez tenha atrapalhado na fiv também, então eu estou me apegando nisso. Na próxima tentativa da fiv usarei o anticoagulante e tem tudo para dar certo, tanto engravidar quanto manter a gestação. Resta só saber quando será isso.

4 comentários:

  1. Oie, td bem?
    Meu Deus, sua cabeça deve ter ficado a mil com tanta informação, mas olha dá certo viu. Trabalho na área da saúde e são muitos os casos que dão certo e as mamães saem com seus pacotinhos nos braços. É ter fé pq Deus já tem preparado nos amados bbs.
    Assim com você passei por uma perda e por curetagem.
    Resolvi desabafar e contar num blog tudo o que passei e as novidades que a vida me reserva.
    se quiser me acompanhar o link é http://dosonhoamaternidade.blogspot.com.br/
    grande bju
    Ana

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  2. Como costumo dizer, ainda bem que para alguns males, há remédios... não fique preocupada com as picadinhas a cada 15 dias... passei 1 ano fazendo tratamento para alergia e também tomava injeções de 15 em 15 dias... e não foi tão terrível assim...
    Ao menos vc está bem encaminhada... vai dar tudo certo!
    Beijinhos...

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    1. Não são picadinhas a cada 15 dias não... são picadinhas DIÁRIAS =( durante a fase lútea e durante a gravidez inteira.

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