domingo, 24 de abril de 2016

Os médicos de hoje...


Link: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/the-new-york-times/2016/05/01/e-preciso-ouvir-comecamos-a-desvalorizar-a-empatia-e-a-compreensao-critica-medico.htm

Treinados para diagnosticar, médicos perdem a capacidade de ver as pessoas, diz aluno de Harvard


A sexta-feira à noite no pronto-socorro é exatamente como você imagina.

Ela começa devagar: um homem de meia idade com pneumonia; uma idosa com infecção urinária que a faz delirar. Então chegam dois ataques cardíacos ao mesmo tempo, seguidos por um motorista bêbado com a cabeça sangrando e metade das costelas fraturada. À meia-noite, eis que chegam algumas moças embriagadas de uma festa de despedida de solteira que, podemos assumir, não correu como deveria.

Em meio ao caos, saio para cumprimentar um senhor magro, calmamente deitado em uma maca no corredor. Dou uma olhada em seu prontuário e exames anteriores: seu câncer de próstata resiste a vários tratamentos com quimioterapia; a coluna vertebral está tomada por tumores e ele tem vomitado tudo o que come ou bebe há semanas. Não consegue mexer o lado esquerdo do corpo depois de um derrame recente.

Ele dá um sorriso meio torto, mas simpático. "Não está sendo o melhor mês da minha vida."

"Sinto muito."

Pergunto sobre os sintomas, quando começaram, o quanto pioraram. Ele me pergunta onde me formei e se eu tenho uma namorada. Pergunto se está tonto e se há sangue nas fezes. Ele diz que emigrou da Grécia há exatos 50 anos. Ganhara uma bolsa no MIT e estudou Engenharia Elétrica. Lá, conheceu a esposa – "uma cozinheira fantástica" – e abriu sua primeira empresa.

Agora, décadas depois, está sozinho em um pronto-socorro lotado, sexta à noite – a esposa morreu, os dois filhos estão no exterior –, e uma enfermeira o visita uma vez por semana em casa para ajudá-lo com alguns medicamentos e para se certificar que os vários tubos saindo do seu corpo não estão infectados.

Pergunto quando seu intestino funcionou pela última vez.

"Filho, estou morrendo. Estou sozinho. Um dia você vai saber que uma boa morte é muito mais que a frequência do funcionamento do intestino."

Eu paro.
Pessoas e não apenas pacientes

Em muitas coisas sou melhor hoje do que quando comecei minha jornada para me tornar um médico, há mais de dez anos, mas acho que compreender os pacientes como pessoas e vê-los no contexto de suas vidas longas, belas e bagunçadas não é uma delas.

Os médicos são treinados, primeiro, para diagnosticar, tratar e curar – e segundo, para consolar, aliviar e acalmar. O resultado é uma perda lenta da visão, uma incapacidade de perceber quem e o que as pessoas são além de pacientes que vemos no hospital.


Quando adquirimos habilidades novas e mais técnicas, começamos a desvalorizar o que tínhamos antes de começar: compreensão, empatia, imaginação. Vemos os pacientes usando os trajes hospitalares e meias antiderrapante em vez de jeans e bonés de beisebol e treinamos nossos olhos para ver as assimetrias, erupções cutâneas e vasos sanguíneos, ao mesmo tempo em que os desprogramamos para perceber inseguranças, alegrias e frustrações.

Quando um grande volume de dados, o consenso e os algoritmos de tratamento permeiam a medicina, pequenos gestos de bondade e espontaneidade – o equivalente à atenção de segurar uma porta aberta e puxar uma cadeira – caem no esquecimento.

Mas, no final, todo tratamento é feito no nível do indivíduo. Podemos aprender mais sobre as preferências ou a tolerância ao risco do paciente particular quando explicamos os prós e os contras de um exame ou procedimento específico, mas uma compreensão robusta e holística precisa de uma apreciação mais profunda de "Quem é essa pessoa com quem estou falando?".



Um olhar além do sofrimento

Na Grã-Bretanha, um corpo de pesquisa pequeno, mas cada vez mais significativo, descobriu que permitir que os pacientes contem suas histórias de vida é benéfico para ambos os lados. A pesquisa – focada principalmente em pacientes mais velhos e outros residentes de instituições de tratamento – sugere que fornecer um relato biográfico pode ajudá-los a compreender suas atuais necessidades e prioridades e permite que os médicos desenvolvam relacionamentos mais próximos com eles, pois podem ver com clareza "a pessoa por trás do paciente".

Recentemente, nos Estados Unidos, o Medicare começou a pagar os médicos para que falem com seus pacientes sobre o planejamento de fim de vida. Essas conversas permitem que os pacientes discutam e explorem suas preferências sobre uma série de intervenções médicas complexas, incluindo testes clínicos, transferências para a UTI, uso de respiração mecânica ou tubos de alimentação e o desejo de morrer em casa ou no hospital.

Essas discussões também podem se beneficiar de uma abordagem biográfica, na qual os pacientes seriam capazes de elaborar sobre o que é e o que sempre foi mais importante em suas vidas. Para melhor atendê-los, precisamos ver não só quem eles são, mas também quem eles eram, e em última análise, quem esperam se tornar no fim da vida.

O quanto seríamos melhores nos diagnósticos, prognósticos e curas se tivéssemos uma compreensão mais abrangente da pessoa à nossa frente? E se víssemos não só o sofrido senhor grego na maca do pronto-socorro, mas também o orgulhoso adolescente cruzando o Atlântico para começar uma nova vida, meio século atrás?

O pronto-socorro é, por natureza, uma arena projetada para a rapidez de raciocínio e ação. Certamente há outros lugares, momentos e circunstâncias mais propícios para se falar sobre metas de atendimento e incursionar pela vida dos pacientes.

Mesmo assim, há sempre um momento de graça e significado em que podemos ajudar os pacientes a encontrar no tempo que lhes resta, um momento que lhes remeta a uma época em que se sentiam mais vivos, mesmo que seja só uma conversa fugaz sobre comida grega e circuitos elétricos em um pronto socorro lotado, no final de uma noite de sexta-feira.



*Dr. Dhruv Khullar é médico residente no Hospital Geral de Massachusetts e na Escola de Medicina de Harvard

sábado, 23 de abril de 2016

Resultado dos cariotipos

E saíram os últimos exames daquela listinha que o GO de reprodução passou na consulta pos negativo, os cariotipos. E porque ele passou esses exames?

 O médico falou que devido ter tido o aborto, essa falha de implantação e ao exame alterado do meu marido; ele desconfiava de problemas genéticos...

Graças a Deus os cariótipos vieram normais, sem alterações. Com isso, eu penso que a tal biopsia dos embriões irá ficar em segundo plano. Não vejo porque fazer isso por enquanto, se não tem nenhum exame que embase a necessidade disso.



quarta-feira, 20 de abril de 2016

Dito e Feito

Aquela tristeza toda era mesmo sinal de RED chegando. Ela chegou ontem (dia 19.04.16), com 27 dias de ciclo, recorde... menor ciclo que já tive.

Fiquei bem mal e ainda não estou 100% não, mas melhorando rápido =D

Não lembro se disse que nesse meio tempo esperando os resultados dos exames, estávamos tentando naturalmente novamente. E apesar do médico de reprodução ter dito que nossas chances de gravidez natural eram extremamente baixas... Eu penso que se o guerreirinho conseguiu, algum irmãozinho dele também poderia conseguir, né?

Este mês eu tinha muita fé que daria certo. Marido estava super empolgado nessas tentativas, foi o primeiro mês desde que comecei a saga de tentante que ele estava realmente envolvido no processo. E eu não estava me sentindo mais tão sozinha nas tentativas apesar de já não estar mais tão empolgada como era antes.

De fato, penso se devo ou não ficar nessa de brincar programado, dia sim dia não. Eu não tenho mais saco para isso, me sinto muito mal. Ano passado eu tentei ficar nessa, só que marido não cooperava, então acabei ficando bem desanimada e fui fazer terapia. Agora quem pensa em desistir das brincadeiras, sou eu. Não estou mais com vontade disso, então para que insistir em tentar naturalmente se as chances "são extremamente baixas"?

Fui tentar fazer aqueles exames do hematologista. Só que chegando no laboratório, três surpresas:

A primeira é que por ser feriado na quinta (21.04.16) hoje não estavam colhendo material. Dizendo a moça que eles não tem como armazenar o material. Por isso que só fazem esses exames mais especiais de terça a quinta e quando é véspera de feriado não fazem. Eu sabia disso, masssss tinha esquecido totalmente que hoje seria feriado.

A segunda surpresa é que o exame de "dosagem de homocisteína", não constava na guia... eu tinha visto que não tava, mas nutria a esperança que alguma das siglas lá fosse ele, pois o hematologista tinha dado a entender que pediria o exame quando estava me explicando a mutação do MTHFR. Só que não, ele esqueceu mesmo de colocar na guia. Tentei ver se daria para fazer nem que fosse particular já que esse exame era imprescindível pelas explicações do médico. Só que mesmo que fosse fazer particular, a moça do laboratório disse que tinha que ter uma solicitação médica ¬¬ Oh vida. Levando em conta que a próxima consulta dele só seria daqui três semanas... Seria o jeito ir no consultório tentar falar com ele para perguntar se ele realmente não esqueceu de solicitar o exame e pedir a guia. (Obs. Consegui falar com ele por zap e ele realmente esqueceu de escrever a solicitação na guia, falou para eu passar lá para pegar na segunda.)

A terceira surpresa é que daquela lista de exames, três não estavam no rol da ANS, portanto o plano de saúde não cobre. O polimorfismo do PAI1 (271reais), Anticorpos Beta 2 Glicoproteina I (200 reais) e o Anticorpos Anexina (185 reais), que foi solicitado tanto para mim, quanto para meu marido. Então só nessa brincadeirazinha, já se vão mais 841 reais... Mas eu acho que é melhor fazer. Pois se vier a dar algo errado provavelmente eu vá ficar pensando que teve exames que eu não fiz...

Estou começando a achar que baby já vai nascer com uma dívida enorme.

Nossa filho, espero que seu pai não queira logo de cara descontar na sua mesada. =**

Correção: Hoje (26.04.16) fui no laboratório e o exame de Anticorpos Anexina custava 370 reais... Eu tinha olhado errado. =/ Pense, ainda multiplicado por dois. aiai

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Consulta Hematologista e provável TPM

Fazem três dias que tento escrever um post sobre a ansiedade pré consulta, mas acho que a TPM me pegou geral, estou deprimida e só penso em coisas tristes...

Já falei aqui que uma das teorias da psicóloga é que sofro de transtorno disfórico pré menstrual, uma espécie de depressão que dá nessa época do ciclo. Não sei se concordo com essa teoria totalmente, mas, de fato, é uma possibilidade.

Sabe quando simplesmente bate uma tristeza e uma desesperança na vida e nas pessoas. Nossa estou tão cansada de tudo. Parece que nada que a gente faz dá certo. Eu recebi alta da terapia, mas penso que talvez deveria voltar. Só que, ao mesmo tempo,  estou desestimulada.

Hoje foi a consulta com o hematologista. Quando marquei a consulta, tinha milhões de expectativas e dúvidas, mas hoje, especificamente, como eu estou nessa fase TPM total... nem ao menos tive vontade de pegar uma folha de papel para anotar as possíveis perguntas que faria. Simplesmente peguei os resultados dos exames e fui. Marido não foi... Disse que tinha audiência. Lógico que fiquei chateada com ele, e fiquei ainda mais quando soube que essa audiência dele já estava agendada há dois meses e ele podia muito bem ter me avisado dela para eu trocar o dia da minha consultar e ele poder ir comigo. ¬¬

Mas não reclamei, apenas disse que iria sozinha. Ele mesmo percebeu como foi chato isso e se desculpou. Minha fase atual está tão crítica que nem cheguei a ficar com raiva dele, só fiquei muuuito triste. Cansada de reclamar e, mesmo assim, acontecer coisas assim.

Chegando na consulta, resumi porcamente a história toda (não estava com vontade de contar toda a história nos mínimos detalhes): um aborto com 9 semanas, uma fiv negativa e a indicação de heparina na próxima tentativa... Finalizei falando que pedi para fazer exames de trombofilia e um veio alterado e eu fiquei doida...

Ele olhou e disse: "Estão faltando exames aqui".

"Bem, é por isso que vim aqui, sei que estão faltando exames... O único que não saiu o resultado ainda foi o exame de cariótipo que nada tem haver com trombofilia".

Então, ele disse que iria pedir mais alguns exames e depois dos resultados falaria a respeito da conduta que ele indicaria. Ele disse para marcar o retorno com três semanas, pois seria o tempo dos exames ficarem prontos.

Hematologista solicitou:

-Dosagem de fatores IX, XI, VIII e Von Willebrand
-Atividade da proteínas S, C e antitrombina III
-Pesquisa do gene PAI-1
-Pesquisa de anticorpo Anti-Beta-Glicoproteina-1 (igG e IgM)
-Pesquisa de anticorpo Anti-anexina V (este, ele também solicitou para meu marido).

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Respirar Respirar Respirar

Ontem assisti ao vídeo da Flávia Calina, ela está grávida novamente. Fiquei muito feliz, a baby V terá um irmãozinho ou irmazinha. Mas algo no vídeo me deixou perturbada, não entendi o porque. Vi aquela imagem de ultrassom e no final do vídeo aquela musiquinha... DESABEI.

Bateu uma saudade imediata do guerreirinho. E as lembranças ruins daquele episódio e da minha atual situação. Passei o dia mal.

Foi um daqueles dias que penso que devia mesmo era deixar tudo de lado e simplesmente me encher de remédios para ter forças e conseguir acordar um dia após o outro. Nada parece fazer muito sentido. A vida parece não ter sentido algum.

Ir para o Dr Famosinho adiantará alguma coisa? FIV funciona basicamente do mesmo jeito: Indução, punção, transferência, implantação... Lá vamos nós começar tudo novamente, será que ele faz algo diferente do outro? Qual será seu protocolo? Permanecer com o mesmo médico também irá adiantar alguma coisa?

Eu relutei em ir consultar com o Dr Famosinho, podia ter feito isso desde do ano passado... Mas é porque eu tenho uma cisma com médico de muita fama, as vezes, os caras se acham demais e a tal fama se resume ao nome mesmo. E também porque ouvi uma história negativa a respeito dele. Lógico que depois percebi que história de insucesso todos os médicos tem... não será a primeira e nem a última.

O GO de reprodução que fiz tratamento, foi indicação do Obstetra de alto risco. Decidi me apegar na indicação do obstetra, eu estava me sentindo muito sem rumo, logo após me despedir do guerreirinho e ter feito o mapeamento da endometriose em que o resultado foi sugestivo de endometriose...

Acontece que na mesma época que eu fiz meu tratamento, conheci mais duas tentantes fazendo também.  Eu com o meu GO de reprodução e elas com o Dr Famosinho. Ambas conseguiram positivo, uma delas inclusive, trigêmeos... É, isso pesa para uma pessoa que está vivendo essa situação complicada.

Também ao mesmo tempo, conheci duas pacientes do meu GO de reprodução. Ambas com mais de três tentativas de FIV negativas. Uma resolveu dar prosseguimento ao tratamento em SP, está fazendo FIV com um médico de renome lá (estou com fé que dessa vez ela engravida. Amém) e a outra apelou para o Dr Famosinho e hoje está grávida.

A que foi para o Dr Famosinho, me aconselhou explicitamente a trocar de médico. Não que o outro GO de reprodução seja ruim, mas parece que o Dr Famosinho tem algo de diferente. A que foi para SP, gosta do médico daqui, mas trocou para mudar de ares.

Bem, vamos lá ver o que quê esse médico tem, que faz ele ter essa fama toda. Mas confesso que não tenho grandes expectativas, realmente eu não consigo imaginar o que ele possa fazer de diferente. Tomara que eu me surpreenda.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Vídeos sobre trombofilia





No vídeo do Dr Domingos Mantelli

- mutação MTHFR - a partir de 13 min



No vídeo do Dr Rodrigo da Rosa

- mutação MTHFR - a partir de 19 min

domingo, 10 de abril de 2016

Alguns exames já saíram...

Os exames que o médico de reprodução passou na consulta de retorno foram:

Cariotipo Banda G (casal) - resultado só sai em Maio

Fragmentação de DNA espermático - resultado OK

Anticoagulante Circulante - resultado OK

Antitireoglobulina - resultado OK

Antiperoxidase Tireoideana - resultado OK

Anti Cardiolipina IgG e IgM - resultado OK

Auto-anticorpos Contra Antígenos Intracelulares (FAN) - resultado OK

Mutação G20210A no Gene da Protombina Fator II - resultado OK

Mutação R506Q (G1691A) no Gene do Fator V - resultado OK

MTHFR (C677T e A1298C) - Alterado

Linfócitos CD56+CD16 - Alterado??


MTHFR (C677T e A1298C)



Trata-se de uma trombofilia leve e também muito controversa em seu tratamento... Uns médicos costumam usar heparina, outros não... Essa alteração também indica que eu não metabolizo ácido fólico O.O Precisaria suplementar com a forma ativa, Meltilfolato, eu acho.


Linfócitos CD56+CD16



Não sei o que essa alteração quer dizer, ou se, ela quer dizer algo. Notem que o valor relativo está dentro da referência, mas o valor absoluto não.



Como eu falei antes, marquei uma consulta com outro médico de reprodução. Mas como ele é referência nacional em reprodução, muito concorrido... Então, iremos chamar ele aqui no blog de "dr famosinho". A consulta com o dr famosinho ficou para maio, achei melhor assim porque daria tempo do exame de cariotipo chegar e eu já levaria junto. Mas, lógico, que esses resultados me deixaram altamente ansiosa e perturbada.

Como eu conseguiria esperar até maio para saber o que são essas alterações e o que pode ser feito em relação a elas?

Resolvi apelar para um hematologista logo. Consegui agendar consulta com um, que também tem fama de ser um excelente médico, para a próxima semana.


sábado, 9 de abril de 2016

Após a consulta de retorno FIV...

Estava super indecisa. Conversei com marido a respeito. Ele também indeciso. Uma possibilidade meio-termo seria tentar novamente outra FIV com esse médico e se desse negativo, trocaríamos de médico.

Entretanto, após a consulta de retorno, refleti e... Não sei se estou sendo injusta com o médico que fez o meu tratamento, mas sim, certas coisas me incomodaram. Decidi marcar com outro médico. No mínimo, eu ganho outra perspectiva a respeito do nosso caso; e depois, decidimos.

Coisas que me incomodaram:

- Teve aquele exame do meu marido em que EU solicitei um exame mais aprofundado diretamente lá no laboratório e na consulta o médico falou como se ELE que tivesse solicitado o exame...Relevei isso.

- Também relevei o fato de ter mostrado um exame em que aparecia carência de vitamina D e ele não ter receitado nada para suplementar. E, depois, quando percebi esse fato e entrei em contato com ele, ele passou um complexo de vitaminas cuja a dosagem de Vitamina D era baixíssima 400 (de forma alguma suplementaria a minha carência)...

-Se ele achava que o fator masculino poderia alterar a genética dos embriões, porque quando perguntei nas primeiras consultas, se o meu aborto poderia ter sido causado por isso, ele disse que era improvável?

-Se ele achava que o fator masculino poderia alterar a genética dos embriões, porque ele não solicitou esse exame que pediu agora, antes?

-Porque, alias, ele mal solicitou exames? Não quis solicitar os exames de trombofilia quando eu pedi para fazer nas primeiras consultas (disse que eu não tinha indicação). Não fez essa investigação genética. Durante a fertilização nem acompanhou a parte hormonal, que pensei que seria acompanhada mais de perto já que uma das causas que me foi dada para o aborto, foi causa hormonal.

-Durante a investigação do começo, fiz exames hormonais. Na época eu estava tomando anticoncepcional por recomendação médica. Perguntei ao médico se o fato de estar tomando anticoncepcional não alteraria os resultados dos hormônios... Ele disse que não. Mas fico com uma pulga atrás da orelha, o resultado do exame de progesterona no dia 21 do ciclo foi de 0,01 (baixíssimo). Sendo que, se o AC impede de haver ovulação...então não tem corpo lúteo, não é? E se não tem corpo lúteo? Como que havia progesterona??? Será que esse exame realmente não ficou invalidado, já que estava usando AC?

-Será que meus embriões eram ruins geneticamente? Afinal no 2 dia, um deles tinha o dobro de células do que seria o esperado para o dia... E se havia essa desconfiança de que eles eram ruins geneticamente, porque não me informaram isso no dia da transferência? Deixaram a entender que eles eram perfeitos, mais que perfeitos.

-Porque ele não falou mais abertamente sobre as outras possibilidades de tratamento? Segundo minhas pesquisas após a consulta, vi que existem várias outras possibilidades para falha de implantação. Porque ele não falou delas? Porque preferiu falar somente de uma das possibilidades, justamente a possibilidade que tem maior abalo emocional. E que, por enquanto, é somente uma desconfiança já que ele ainda nem tem comprovação?

-Qual foi a intenção dele quando falou do caso da moça que fez o pgd e ficou sem embriões? Será que realmente ele não lembrava que o nosso fator de infertilidade era justamente igual ao dela? Ou ele lembrava e falou desse caso propositalmente? E se foi propositalmente, a intenção era desanimar?

Será que estou sendo injusta? Por ter vivido tantas experiências médicas ruins que agora ando desconfiando de todos? 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Consulta pós negativo FIV

Bem, as ultimas atualizações é que a FIV deu negativo. Até que encarei bem, eu sabia que era uma possibilidade. Marido ficou super triste.

Já fui para a consulta de retorno com o médico e, essa sim, me abalou. O médico falou que devido ter tido o aborto, essa falha de implantação e ao exame alterado do meu marido; ele desconfiava de problemas genéticos e que recomendava fazer a biopsia dos embriões, o famoso pgd. O problema foi o modo como ele abordou isso.

Ele falou de uma moça que fez essa biopsia e dos sete embriões, os sete tinham alterações e eram inviáveis. Aí ele completou: "Ah mas o caso dela é exceção, a morfologia do marido é péssima, só 1% normais".

Meu marido interviu: "Dr, esse é exatamente o nosso caso... Você acha que isso pode causar alterações nos embriões?"

Ele disse que era uma possibilidade. Depois falou que as vezes embriões que a gente pensa que são excelentes porque tem muitas células, na verdade, não são. Porque tem comportamento tumoral, se multiplicam rápido demais.

Meu marido perguntou para ele, se isso não era exatamente o caso dos nosso embriões, já que no 2 dia, eles já tinham muitas células e o médico respondeu que o problema seria se eles tivessem 10/12 células (os nossos estavam com 8 e 6 células).

Aí ele explicou mais como era feito a biopsia... com embriões de três dias e que também tinha riscos deles pararem de desenvolver ou de não implantarem.

Em relação a medicação utilizada, ele falou que a única coisa que não foi usada foi a heparina e, realmente, só faltou ela mesmo (usamos corticóide e AAS). Ele disse que seria o próximo passo, agora ele já indicaria usar. Eu perguntei se não teria exames para ver essa questão da necessidade disso. Aí ele respondeu que poderíamos fazer os exames de trombofilia, mas que alguns desses exames o plano de saúde não cobre. Então, se eu aceitasse, poderíamos usar a medicação empiricamente. Achei melhor fazer os exames, por mais que seja um gasto, e talvez mesmo com os exames descartando a trombofilia nem evite de usar a heparina (ultimamente vi que é meio usual usar heparina de modo profilatico em casos de fertilizações in vitro), mas prefiro ter algum diagnostico em relação a isso.

O médico falou bem por cima sobre usar uma medicação  que nem entendi para que servia, ele não explicou, falou só "se quiserem podemos usar a x (não lembro se era falando sobre vacinas ilp ou sobre imunoglobulina), mas ela causa retardo no crescimento da criança. Então se estiverem dispostos apesar disso, a gente faz." (Pensamento: Ele deu a opção por questão de protocolo médico, mas já querendo convencer de não usar...).

Bem, além de alguns exames de trombofilia (depois, conversando com outras tentantes, descobri vários exames de trombofilia que não foram solicitados), ele passou mais dois exames relacionados a tese dele de fatores genéticos (fragmentação espermática e cariotipico banda G para o casal).

Voltamos ambos, muito abalados dessa consulta. Sim, a sensação era de incapacidade total, nunca seríamos pais. E se fizéssemos essa tal analise e ficássemos sem embriões também? Marido estava arrasado, afinal o médico deixou a entender que se tivesse alterações genéticas a maior possibilidade era que seria por causa dele.

Depois do negativo, eu comecei a refletir sobre continuar o tratamento com esse médico ou procurar outro médico.