quarta-feira, 15 de abril de 2015

:: BC :: Ser Criança Ontem e Hoje!

Tema sugerido por Kátia – do blog: http://agoraseremostres.blogspot.com.br/

O que você sente falta da sua infância e que gostaria que seu filho(a) vivesse também? O que você pensa sobre tecnologia X crianças? 

Quando era pequena, morei um tempo em apartamento e depois um tempo em uma casa.

No apartamento, eu amava poder descer para brincar com outras crianças (vizinhas). Mas não eram apenas as crianças do prédio, eram todas as crianças da rua, do meu prédio e dos prédios próximos. Brincávamos de tudo. E tínhamos a liberdade de poder reversar o local das brincadeiras, entre as áreas de todos os prédios e as vezes até na rua mesmo. Era muito bom. Andávamos de patins,  jogávamos bola, brincávamos de “carimba”, “gato mia”, “polícia e ladrão”, “elástico”, “amarelinha”... E tantas outras brincadeiras.  Vídeo Game? Já existia (não na minha casa)... Mas para que? Se tudo era tão mais atrativo do que ficar em casa.

Depois, me mudei, para outra cidade. Lá não tinha crianças na rua. Mas eu morava em casa e era uma casa com muito espaço. Eu andava de bicicleta pelo jardim, balançava no balanço que meu pai fez em uma das arvores, jogava bola com meu irmão, brincava de pega pega com meu cachorro (simmmmmm era muito divertido!!!), tomava banho de mangueira, ou banho de bica, ou banho na piscina desmontável que meu pai montava de vez em quando (dessas piscinas de 1000L...), regava as plantas do jardim, plantava e colhia feijão (o almoço lá de casa já teve dias que foi com o feijão que eu tinha plantado...), lavava o carro em casa com meu irmão enquanto meu pai fazia churrasco (era divertido!!!) , observava e sabia as épocas em que as arvores de casa iriam florescer e depois darem frutos. Sentia o cheiro das plantas (principalmente cheiro do cajueiro...), fazia castanha colocando o fruto do cajueiro na brasa, tomava banho de chuva... E nisso, já tínhamos computador e vídeo game em casa (eu devia estar com onze ou doze anos nessa época), mas sair para brincar no jardim ainda era tão mais interessante...

Acho que as crianças estão sendo privadas de serem “crianças”. Os apartamentos hoje apesar de costumeiramente terem uma área de lazer bem convidativa “priva” as crianças, porque fazem milhões de regras para evitar “danos a essas áreas”. Me pergunto, para que fazer essas áreas então, se tanto ficam com medo que elas sejam usadas e “danificadas”? Também não existe mais interação com as crianças dos prédios vizinhos, foi criado um espírito individualista, cada um que se vire com seus vizinhos do prédio, mesmo que não sejam da sua faixa etária... Fora as crianças que não querem mais ser crianças... com dez anos já se acham "as adultas" aiaiai tenho uma sobrinha nessa fase.

E quem mora em casa? Salvo os que moram em cidades, geralmente mais pelo interior, em que ainda se tem o privilégio de ter a sensação de segurança... Mas, mesmo assim, brincar na rua com os vizinhos está praticamente fora de cogitação. Porque fora esses casos, é viver com medo da casa ser invadida, não existe mais aquela tranquilidade de antes.

Essa geração de agora é a “cobaia” da tecnologia. Nasceram em uma época em que já temos computador, internet, os mais diversos jogos e eletrônicos. Na nossa época, não tínhamos tantas opções assim... É difícil não se render. Não que isso seja errado, isso só saberemos no futuro, por isso que chamo de “geração cobaia”. Eu, particularmente, acho que essa ligação tão precoce com a tecnologia faz com que se coloque de lado o “viver”. Sabe, aprender a socializar com as outras crianças e adultos? Aprender a vencer os desafios, conviver com o novo que surge cada dia?  Qual a graça de viver com essa tecnologia que não muda? É tudo tão igual e previsível... Um tablet, aquela tela que responde ao toque...Nisso se resume toda a interação (no caso, homem x máquina). “oh que legal!”, tem joguinhos. São só joguinhos. Geralmente não acrescentam nada a vida.

Muitas crianças hoje já não sabem escrever corretamente e dificilmente irão aprender. Porque mal foram alfabetizadas e já estão imersas nos bate papos do celular, do facebook e tantos outros, onde existe um linguajar próprio que não respeita as regras gramaticais e ortográficas... Não, não acho isso saudável. E isso não é coisa de gente velha e careta, ta? Se as crianças não aprenderem a escrever corretamente, imagina como serão os adultos de amanha? Salve-se quem puder.

Não sei como lutar contra o uso exagerado da tecnologia... Talvez, quem sabe, sendo “a careta” e restringindo os horários de uso? 

Esse tema dá muito pano para manga... Desculpem o texto longo...

2 comentários:

  1. Lendo seu texto, a parte que você fala sobre a escrita, me veio a mente a seguinte cena, hoje quando vamos a certos pronto socorros nos deparamos com médicos mexendo em celulares ao invés de olhar pra cara da gente enquanto falamos nosso problema, agora você imagina daqui há alguns anos, quando estivermos velhinhas, quais serão os tipos de médicos que nos atenderão? Como você disse, salve-se quem puder rssrs...
    Digo médico como exemplo, mas lógico que não se restringe a essa profissão!

    Bjos!!
    Ly
    http://nossosdiasnossaespera.blogspot.com.br/

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  2. Falou certo!! essa geração é a geração cobaia da tecnologia... Tenho medo de como as coisas vão estar daqui um tempo...quando nossos filhos se tornarem pais, como vai ser? dificil até de imaginar! Bjs

    http://agoraseremostres.blogspot.com.br/

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