sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Exames Pré-concepcionais

Retirado de: http://www.planetabebe.com.br/exames_preconcepcionais1.php

Prevenindo problemas na gravidez

A grande maioria dos bebês que vêm ao mundo aqui no Brasil são muito saudáveis, mas cerca de 3% do total apresentam alguma doença ou má formação ao nascerem. Na verdade este índice chega a ser considerado alarmante e ocorre principalmente devido a dificuldade de acesso à informações e à falta de orientação por parte de médicos e especialistas. Entretanto, duas simples atitudes a serem tomadas pelas futuras mamães podem ajudar a diminuir significativamente este percentual.
A primeira, é aumentar a ingestão de ácido fólico 3 meses antes da concepção, mantendo-a até, pelo menos, a 12ª semana de gestação, mas o ideal é continuar até o final da gravidez, inclusive durante a amamentação.
A segunda atitude é realizar os chamados exames pré-concepcionais, que avaliam o seu histórico e estado geral de saúde.

Quem tem condições de planejar uma gravidez com bastante antecedência, ajuda seu bebê a nascer muito mais saudável. Portanto, pelo menos 4 meses antes de engravidar, você deve procurar seu ginecologista para fazer os exames pré-concepcionais a fim de detectar doenças contraídas no passado e as que estiverem ativas, as quais podem significar algum risco para a sua gestação, o desenvolvimento do seu bebê ou mesmo para você.

Nesta consulta, além de checar seu estado geral de saúde, seu médico também vai avaliar se você tem alguma disfunção genética ou hormonal e prescrever vitaminas, em especial o ácido fólico, que é muito importante para evitar possíveis defeitos do tubo neural do bebê. Além disso, ele vai verificar se você recebeu todas as vacinas de rotina e recomendar a aplicação das doses de reforço, ou a necessidade de outras vacinas.
Toda mulher em idade reprodutiva deve estar em dia com todas as vacinas ou, quando não, tomar a tríplice bacteriana (dTpa) contra difteria, tétano e coqueluche; a pneumocócica; a meningocócica C conjugada; a tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba; e as vacinas contra hepatite A, hepatite B, hepatite C, gripe, varicela, febre amarela (nas regiões endêmicas), raiva (quando necessário) além da vacina anti-HPV.

Os exames mais importantes que você deve fazer quando está planejando engravidar são:

Hemograma completo: Seu objetivo é verificar as condições gerais de saúde da futura mamãe como, por exemplo, diagnosticar anemia, infecções, linfomas e quadros tóxicos.
Após este exame o médico tem condições de avaliar se há necessidade do uso de vitaminas, principalmente em razão da insuficiência de ferro.

Tipagem sanguínea e fator Rh:Se o sangue da mulher é Rh negativo, existe a possibilidade de ter um filho Rh positivo, caso o pai seja Rh positivo. O problema está na hora do parto, quando a mãe entra em contato com o sangue do filho e desenvolve anticorpos para o Rh positivo, o que prejudica a segunda gestação, caso o próximo filho também seja Rh positivo.
A solução para a incompatibilidade sanguínea é fazer a vacina de gamaglobulina anti-D, capaz de reduzir este risco para próximo de zero.
Se o sangue da mãe é Rh positivo não haverá incompatibilidade sanguínea com o sangue do filho, mesmo que ele seja Rh negativo, portanto a doença não se apresenta.

Glicemia de jejum: Revela a presença do Diabetes Melittus ou avalia o risco de desenvolver a doença, mesmo que a futura mamãe não tenha nenhum sintoma.
É um exame muito importante, pois a doença pode até passar despercebida durante a sua vida, mas se ocorre na gravidez, pode causar má formação do bebê (principalmente no coração e fígado) ou mesmo abortos espontâneos.
O diabetes gestacional, se não for corretamente monitorado, controlado e tratado, também causa diversas complicações para a saúde da gestante.

Urina: Importante para detectar a presença de bactérias na urina, mesmo que a futura mamãe não apresente qualquer sintoma, e também para o diagnóstico de infecções urinárias.
Quando as infecções não são tratadas, podem causar contrações uterinas ou até parto pré-maturo.

Fezes: Seu o objetivo é detectar a presença de agentes patogênicos de leveduras, parasitas e bactérias, os quais podem contribuir para doenças que provocam a perda de ferro, mineral importante para a formação do bebê e para a saúde da mãe.
Esse exame fornece informações úteis sobre os medicamentos e produtos naturais que podem ser efetivos no combate aos organismos detectados nos resultados. O exame também avalia os níveis de bactérias benéficas, o nível da função imunológica intestinal, a saúde geral intestinal (a presença de sangue oculto, aminoácido da cadeia curta, pH, mucosa e outros critérios) e marcadores de inflamação.

Exames sorológicos:

Citomegalovírus: Vírus cujos sintomas da infecção são variáveis, podendo até mesmo ser confundido com uma simples gripe. Na fase crítica, pode aparecer dor de garganta, febre e aumento dos gânglios do corpo, do baço e do fígado. Se a mulher pega essa doença durante a gravidez, existe uma grande possibilidade de passá-la para o bebê e causar sérios problemas, como retardo mental, nascimento com baixo peso, icterícia e pneumonia, problemas de audição e visão, e até mesmo o óbito intra-uterino.

A transmissão vertical do vírus pode ocorrer durante a gestação por passagem através da placenta; ao nascimento, pelo contato da criança com secreção vaginal contaminada ou no período pós-natal, através da amamentação.

Não existe um tratamento para a doença e nem uma vacina para evitar a contaminação, por isso as mulheres que nunca tiveram contato com esse vírus devem ter muito cuidado, pois não têm imunidade.

Rubéola: Doença viral muito comum e em geral benigna, e que não causa grandes complicações. Contudo, quando ocorre durante a gravidez pode ser transmitida ao bebê, levando, às vezes, à infecções graves que provocam cegueira, surdez, má formações e até morte intra-uterina. Por isso, mulheres que não têm imunidade contra a rubéola, detectada no exame de sangue, devem ser vacinadas, no mínimo, três meses antes de engravidar.
Para as que já estão grávidas, a tríplice viral não pode ser aplicada, pois é feita com vírus vivos atenuados. O que as grávidas podem receber é o reforço da vacina dupla para difteria e tétano. As gestantes que não estão em dia com a tríplice bacteriana devem tomar a dupla contra difteria e tétano para evitar o tétano neonatal.

As vacinas contra varicela e febre amarela também são contra-indicadas durante a gestação, porque também são feitas com vírus vivos atenuados. A recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) é evitar a aplicação de toda e qualquer vacina no primeiro trimestre de gravidez.

As mulheres que foram vacinadas, ou tiveram a doença, e apresentam anticorpos no sangue para rubéola, são consideradas imunes.
Caso a doença ocorra no início da gestação, se o tratamento for feito nos três primeiros meses, as chances de o bebê ser prejudicado são mínimas.

Toxoplasmose: Causada pelo protozoário chamado Toxoplasma Gondii, é uma doença transmitida através do contato com fezes de animais, principalmente de gatos, da manipulação de terra e da ingestão de carne crua e verduras contaminadas. Se a mulher pega esta doença durante a gravidez, pode haver diversas complicações para o futuro bebê, como má formações, deficiência visual grave quando nascer e outros problemas graves de saúde, apesar de existir tratamento para diminuir essa chance.

As mulheres que já tiveram essa doença não precisam se preocupar, pois têm os anticorpos e estão imunes. Aquelas que não pegaram a toxoplasmose têm que tomar muito cuidado, lavando sempre muito bem as mãos, evitando manipular fezes de animais e mexer com terra, assando e cozinhando muito bem as carnes, lavando muito bem as verduras e tábua de carnes, além de ficarem bem longe de iguarias cruas, principalmente de origem japonesa, árabe e italiana.

Sífilis (VDRL):Doença transmitida através de relações sexuais desprotegidas, que pode ter importantes repercussões para a saúde da mãe e do bebê. Se a mulher engravida com a doença ou é contaminada durante a gravidez, existe grande risco de abortamento espontâneo e óbito intra-uterino. Ao passar pela placenta e contaminar o bebê, a sífilis também pode causar diversas má formações, a chamada sífilis congênita.

O tratamento é muito simples, à base de antibióticos e quando diagnosticada e tratada corretamente antes da gravidez, os riscos de transmissão são eliminados, a não ser que a mulher seja novamente infectada.

Hepatite B:Não há registros de que o vírus da hepatite B cause má formação, mas pode ocorrer a transmissão para o bebê na hora do parto. Nesse caso, depois de nascer, o bebê é vacinado e recebe a imunoglobulina da hepatite B, que funciona como um "antídoto".

Para saber se a mulher está imune, ou não, a hepatite B é necessário fazer a dosagem dos anticorpos no sangue. Para as que já estão imunes não existe risco de transmissão. Entretanto, as mulheres que não têm anticorpos da hepatite B no sangue devem ser vacinadas, preferencialmente antes de engravidar, mas a vacina pode ser administrada em gestantes sem qualquer risco, pois é produzida através de engenharia genética

HIV:Vírus causador da AIDS. A mulher que é portadora deste vírus pode transmiti-lo para o bebê durante a gravidez, parto e amamentação. É por esta razão que esse exame é tão importante, não somente antes da gravidez, como também durante o pré-natal. Quanto mais precocemente se descobrir a doença, maiores são as chances de um tratamento preventivo, reduzindo a possibilidade de transmissão ao bebê para menos de 3%.

Se mesmo assim o HIV for transmitido ao bebê, às chances de sobrevivência são quase de 100%. Isso acontece porque a criança recebe medicamentos anti-retrovirais logo que nasce, não tem contato no parto - que deve ser cesariano - e ainda não é amamentada pela mãe contaminada.

HPV:É um vírus que se instala principalmente na mucosa vaginal e seu maior contagio é por via sexual. 70% dos casos tem cura espontânea e o restante pode permanecer cronicamente muitas vezes sem sintomas, se manifestando quando ocorre queda de imunidade; na gestação a mulher apresenta queda de imunidade, por exemplo, e normalmente é necessária a cauterização para curar as lesões. Caso apareçam lesões durante a gravidez, não devem ser utilizados ácidos, pois o risco de queimadura química é grande. Primeiramente, deve-se fazer o diagnóstico de certeza, e se realmente for HPV, deve-se realizar cauterização elétrica ou a laser.

O Papanicolaou faz um diagnóstico indireto, pois não detecta o HPV, mas sim a lesão que ele causa no tecido. É preciso ter uma célula doente na lâmina e contar com a sensibilidade do examinador para se obter um diagnóstico preciso.

A presença do HPV durante a gravidez não implica em má formação fetal, nem que mamãe não poderá optar pelo parto normal. O único problema é que, se no momento do parto, na vagina estiverem presentes lesões de HPV, estas poderão contaminar o recém nascido. Neste caso o médico saberá avaliar se a mãe pode fazer um parto via vaginal ou proceder para uma cesariana, pensando no que for melhor para o bebê.

É sempre importante tratar o vírus antes de engravidar, pois na gravidez, com a queda da imunidade na mulher, a sintomatologia do vírus tende a piorar.

Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles são classificados em de baixo risco de câncer e de alto risco de câncer. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos.

Os vírus de alto risco, com maior probabilidade de provocar lesões persistentes e estar associados a lesões pré-cancerosas são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros. Já os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção em tumores malignos.

Desde 2006, o ginecologista conta com a vacina para o papiloma vírus humano como mais uma possibilidade de imunização que vale para todas as mulheres que têm atividade sexual, independentemente do desejo da maternidade. Calcula-se que cerca de 70% da população sexualmente ativa já tenha tido contato com ele, mas em 80% dessas pessoas o vírus é eliminado em um ano. Os dois tipos de HPV mais perigosos, 16 e 18, relacionados com o câncer de colo do útero, são também os mais frequentes.

Mas, para desenvolver a doença, a paciente infectada teria que ter o vírus persistente, que não desaparece em um ano como na maioria da população, e ainda ter lesões precursoras do câncer de colo de útero. A boa notícia é que as duas vacinas contra o HPV, fabricadas por laboratórios internacionais, fazem a prevenção dos tipos 16 e 18. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina quadrivalente, que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 de HPV, em mulheres de 9 a 26 anos.

As mulheres mais velhas, cujos exames para HPV deram negativo para a presença do vírus, também devem ser vacinadas. As mulheres que já tiveram contato com o HPV não obtêm benefício com a imunização, a não ser contra tipos de HPV diferentes dos com que ela já teve contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário