quinta-feira, 24 de setembro de 2015

OFF TOPIC :: Terapia II

AVISO: Mais uma vez, fugindo do tema do blog... Este post não trata especificamente de maternidade/gravidez, trata mais de uma reflexão de vida. Então se você não tiver interesse em lê-lo, sinta-se a vontade para ignorar.



As vezes eu acho que a vida é tão complexa e interessante.

Esse negocio de maternidade e a dificuldade de engravidar realmente me sacudiram, mas ainda não consigo dizer, se essa sacudida que recebi foi positiva ou negativa.

Rumo aos onze meses de jornada agora. Foram muitos sentimentos, muitas crenças desconstruídas e um pedido de ajuda. Talvez a maioria não compreenda, ok. Até eu mesma ainda estou tentando compreender...

Eu acredito muito em "destino", em "Deus". E agora fico pensando se isso tudo, nesses últimos meses não foram exatamente para "me sacudir" para que enfim eu pudesse fazer algo para mudar a minha vida, porque apesar de não parecer aos olhos externos, ela não estava indo por um caminho bom...

Conseguem imaginar uma sensação parecida a estar presa a uma âncora e por mais que você tente se soltar, é como se não conseguisse; você até consegue arrastar a âncora, mas isso é tão cansativo...

Até que em determinado momento, você percebe que a âncora é o seu passado e as correntes são seus pensamentos. Mas, mesmo percebendo isso, você não consegue aceitar. Porque para você aceitar isso seria admitir uma fraqueza e você não é um fraco, por mais que muitas vezes se sinta assim...

Simmm, eu estava muuuuuito triste e sentindo vários outros sentimentos negativos (abandono, rejeição, julgamento, humilhação, incapacidade e tantos outros sentimentos...), descrever a sensação com palavras é muito insuficiente. É difícil de compreender, eu sei.

Eu estava "ok", porque sempre convivi um pouco com esses sentimentos, era o meu "normal". Sim, eu costumava ficar para baixo um dia ou dois, mas depois, eu conseguia me levantar... Só que esses últimos onze meses me trouxeram muuuuuitas reflexões e eu cai, mas dessa vez, me senti tão cansada para arrastar novamente a âncora... Eu sabia que ter uma "âncora" não era normal... Mas apenas só conseguia ignorar esse fato. Afinal a vida anda para frente e o mundo não para, você tem continuar a andar, mesmo que esteja carregando um peso enorme junto.

Sabe aqueles momentos que algo encaixa e você finalmente compreende alguma coisa? Naquela carta que escrevi para o meu pacotinho, percebi o quanto injusta eu estava sendo. Queria que ele chegasse para me ajudar a "arrastar a âncora". Nossa, ele não merece isso. Não merece ter uma mãe presa a uma âncora. Percebi que talvez, quem sabe, eu conseguisse me livrar das correntes. Eu só precisava encontrar a ferramenta certa para abrir elas... E fui atrás de fazer terapia.

Sempre me achei muito forte/fraca e também corajosa/medrosa. Assim mesmo, ao mesmo tempo. Difícil compreender ou explicar... forte e medrosa por achar que conseguia lidar com tudo sozinha mas sentia medo e; fraca e corajosa por achar que não conseguia lidar com tudo, mas mesmo assim, insistia em permanecer sozinha.

E na terapia, eu ouvi aquilo que no fundo eu já sabia, mas não queria ouvir... Depois de mais de uma década de suspeitas... Confirmei. O que vou fazer com essa informação? Realmente ainda não sei. Já tive o choque inicial, mas agora refletindo, talvez, sabendo com o que estou lidando, fique mais fácil, não? Isso também será superado, algum dia, aos poucos.

E, com certeza, acho que a vida segue... Tenho exames para fazer para descobrir o porquê que meu pacotinho anda me enrolando tanto... né sapeca? Mal posso esperar o dia em que o terei em meus braço e verei aqueles olhinhos lindos...

2 comentários:

  1. Eu sou SEMPRE da opinião que é melhor saber contra que monstros estamos lidando do que ficarmos na ignorância. Algumas pessoas vivem melhor entregando a solução nas mãos de algum ser superior. Eu não consigo ser assim. Espero que você consiga enfrentar de frente seu inimigo e vencê-lo lindamente. Aí, sim, você vai ser uma pessoa FORTE com letras maiúsculas e sem "mas" nenhum. Boa sorte, você consegue! Beijos

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  2. Espero sinceramente que a terapia te ajude a se libertar de vez dessa âncora que vens arrastando sozinha a tanto tempo... Bjão!!!!

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