domingo, 21 de agosto de 2016

No que prestar atenção em um médico

    Retirado de: http://www.lersaude.com.br/no-que-prestar-atencao-em-um-medico/

    Saber se um médico é bom ou ruim pode ser mais complexo do que parece. Aparências podem enganar, fama não necessariamente se traduz em competência, julgamentos rápidos podem estar equivocados, e aquilo que é bom para a sua amiga não necessariamente é bom para você.

    Um médico ruim não precisa ser uma pessoa má. Talvez esteja desmotivado e sobrecarregado. O importante é que você (ou o seu filho, no caso de pediatras) tenha o cuidado médico e a atenção que qualquer pessoa merece.

    Caso esteja insatisfeita com seu médico, depois de analisar os pontos abaixo, procure outro profissional, mesmo que isso signifique mudar o lugar do seu pré-natal ou voltar ao hospital na hora em que houver outro plantonista. Veja no que prestar atenção.

    Atitude e personalidade

    Lembre-se, você está procurando atendimento médico, não um amigo ou amiga. Mas, em princípio, não é bom sinal quando o profissional é sempre frio, não leva a sério suas dúvidas ou nunca se lembra de você nas consultas.

    Simpatizar com o profissional é sempre bom, principalmente porque se traduz em confiança. Pacientes que confiam em seus médicos tendem a seguir o tratamento corretamente.

    Caso esteja procurando um pediatra, observe também como ele se comporta em relação à criança. Um bom pediatra usa pelo menos algumas técnicas para acalmar crianças pequenas. É normal o bebê reclamar do exame e chorar, mas o médico precisa lidar com ele com um mínimo de jeito e paciência.

    Prefira um médico que olhe para a criança e converse com ela, em vez de ignorá-la e falar apenas com os pais.

    Atenção ao que o paciente diz

    Em medicina, tão importante quanto o exame físico é saber ouvir o paciente, levar a sério a descrição dos sintomas e as preocupações, mesmo que sejam exageradas ou infundadas.

    Observe se o médico registra o que você diz e responde, em vez de apenas repetir orientações como se as tivesse decorado. Mesmo um profissional muito ocupado tem que ser capaz de encontrar tempo para olhar nos olhos do paciente e querer saber quais são suas dúvidas. É um mau sinal se o médico faz você se sentir mal por ter perguntado algo.

    Um médico aberto escuta o paciente quando ele diz que está com dificuldades financeiras e procura receitar o tratamento mais acessível, dentro do que seja eficiente (por outro lado, certifique-se de escolher um médico cujo custo você possa pagar a longo prazo).

    O ideal é que o médico seja razoavelmente flexível, porque há muitas situações que envolvem opções (tratamento para engravidar, via de parto, tipo de alimentação, modo de ensinar o bebê a dormir etc.) e filosofias, e se o médico não for aberto às suas opiniões o que pode ocorrer é você começar a esconder coisas dele.

    Acessibilidade e respeito mínimo a horários

    Um dos pontos a favor de qualquer médico é a possibilidade de entrar em contato com ele em caso de emergência. É claro que em determinadas circunstâncias isso é pedir demais – com médicos que têm centenas de pacientes (como em alguns planos de saúde) ou os da rede pública.

    Mas o profissional precisa pelo menos dar a você orientações precisas de como encontrar atendimento médico em caso de necessidade urgente, por exemplo indicando um serviço de pronto-atendimento onde seu histórico médico possa ser consultado.

    Bons médicos sempre deixam certos horários disponíveis para encaixes, já que, no caso de gravidez ou de crianças pequenas, não dá para prever quando o trabalho de parto vai dar sinais de começar ou quando aquele febrão vai aparecer.

    Se você ligar para o obstetra para marcar sua primeira consulta de pré-natal e, mesmo explicando que acabou de conseguir o positivo, só oferecerem um horário dali a dois meses, pode procurar outro.

    Um médico que atende emergências sempre corre o risco de atrasar o horário das consultas, mas há diferença entre um pequeno atraso e a falta de respeito ao seu tempo. Se nem o médico nem os funcionários demonstram estar preocupados com o fato de você ter ficado duas horas na sala de espera, é mau sinal.

    Truques usados por mães são marcar consulta sempre no primeiro horário do dia, telefonar antes de sair de casa para ver como está a agenda (e o atraso) do médico, ou aproveitar a espera para trabalhar ou fazer alguma compra bem próximo ao consultório.

    Há pessoas e empresas que simplesmente não conseguem administrar e respeitar horários, e se você se vincular a um profissional assim, ainda mais envolvendo sua saúde e a de sua família, estará comprando anos de dor de cabeça.

    Recomendação de conhecidos

    downloadA fama de um bom médico tende a se espalhar rápido. Todo mundo gosta de fazer propaganda daquele profissional maravilhoso. Não se intimide: peça recomendações de médico para todo mundo que você conhece. Leve em conta também o tipo de pessoa que faz a recomendação: quanto mais parecida com você ela for, maiores as chances de você também gostar do profissional.

    Leve em consideração também a situação financeira de quem está fazendo a indicação. Quanto mais parecida com a sua, maior a chance de o médico ser compatível com suas possibilidades.

    Uma ótima maneira de obter recomendações é através de outros médicos. Peça ao obstetra de que você gosta recomendação de pediatra, por exemplo, ou àquela enfermeira que atendeu você tão bem no hospital. Bons profissionais tendem a trabalhar juntos.

    Existem sites e grupos na Internet onde você pode obter recomendações de pessoas sobre profissionais de saúde, mas elas não serão tão certeiras quanto as recomendações de quem você conhece bem, na vida real.

    Cuidado na hora de levar em conta más recomendações, principalmente na Internet. Nem todas são confiáveis, e às vezes a impressão negativa foi algo pessoal, ou houve um desencontro de expectativas.

    Qualidade das orientações e poder de comunicação

    Você entendeu tudo o que o médico disse? Ele se adiantou às dúvidas que você tinha? Deu explicações e mostrou quais eram suas opções de tratamento? O médico precisa ter conhecimento, mas não é só isso. Ele precisa também ser capaz de transmitir esse conhecimento de maneira clara.

    Avalie também se o médico parece estar atualizado. Se ele nunca ouviu falar daquele exame que sua amiga fez (e nem procurou se informar), ou se ele vive errando o nome ou a dose do remédio, fique alerta. Erros simples mas frequentes podem significar que haja erros em avaliações mais importantes também.
    Quantidade de pedido de exames

    Desconfie de médicos que pedem exames laboratoriais em todas as consultas e que quase nunca examinam o paciente, apenas os laudos do laboratório. O diagnóstico e o acompanhamento médico de qualidade dependem de três fatores: o que o paciente diz, o exame clínico e os resultados de exames. Uma coisa não substitui a outra.

    Um médico que não dá nenhuma hipótese ou explicação antes de ver o resultado de um exame e que não “põe a mão” no paciente pode ser um profissional inseguro, que não confia muito em seu próprio diagnóstico.

    Caso tenha dúvidas sobre algum procedimento indicado pelo médico, busque uma segunda opinião. Se o médico original reclamar, considere isso um mau sinal. Segundas opiniões são algo frequente e aceito na medicina.

    Outra medida que você pode tomar é verificar se o médico está com o registro ativo no site do Conselho Federal de Medicina. Médicos podem ter o registro suspenso em caso de condenação ou irregularidade. O CFM, porém, não divulga o nome de médicos que estejam sendo investigados, nem o número de denúncias.

    Preço, localização e facilidade de acesso

    Pode ser o melhor médico do mundo, mas, se você for demorar três horas cada vez que for a uma consulta, não será uma boa opção. Quando você escolhe um médico obstetra, pediatra ou para acompanhar um tratamento para engravidar, precisa pensar que vai ter de ir ao consultório dezenas de vezes.

    Leve em consideração principalmente o preço e a facilidade de acesso. Tratamentos para engravidar exigem visitas frequentes, às vezes em dias seguidos, para monitorar a ovulação, por exemplo. Para acompanhar a gravidez ou o primeiro ano do bebê, são mais de dez consultas. Faça seus cálculos.

    Imagine como vai fazer se precisar ir correndo ao médico, em caso de emergência. Vale a pena se informar também sobre em que hospital o médico escolhido atende, para saber onde ele poderá fazer o parto, por exemplo.

    E, no caso do obstetra, pergunte logo de cara, se ele pertencer ao seu plano de saúde, se cobra taxa a mais para fazer o parto e quanto, porque isso vai influenciar na sua decisão.

    Por fim, acredite nos seus instintos. Você não precisa encontrar o médico “perfeito”, mas, se for desconfiar de cada procedimento ou orientação, pode acabar tendo sua saúde prejudicada. Caso esteja insatisfeita com o médico, procure alternativas.

    A Paixão de Ser Médico

    Depoimento de Emerson Wolaniuk

    É irresistível. A paixão pela Medicina surge, na maioria das vezes, na infância. Embora a opção e a escolha sejam feitas com base em vários fatores, acredito que a paixão é um dos mais incidentes entre nós.

    Para ser médico é preciso muitas coisas que a gente vai descobrindo ao longo do tempo. No meu caso, estou no último período de Medicina, passei por todas as especialidades, enfermaria, pronto atendimento, laboratório, ambulatório, centro cirúrgico, pesquisa, sala de aula. E a gente vai percebendo as várias faces da profissão. A cada dia mais, a vontade de exercê-la é maior.

    O que percebo que precisamos desenvolver ao longo desses 6 anos divide-se em habilidades médicas, atitudes médicas e conhecimento médico. O conhecimento médico é saber, por exemplo, a anatomia, a fisiologia, antibioticoterapia básica, clínica médica. Isso é o mais óbvio de tudo, mas um médico não se faz apenas de conhecimento, é preciso exercitar a sua habilidade e a sua atitude ao longo da faculdade também.

    Quando entramos a escola médica, somos muito jovens – a grande maioria, pelo menos – e sem muita noção a respeito do contexto social em que as pessoas doentes estão inseridas. Quantos de nós conhecia a realidade de um hospital, uma periferia, as histórias de vida que pessoas aparentemente comuns podem esconder? O mundo vai se revelando aos nossos olhos e modificando quem a gente é.

    Dessa forma, é preciso que adaptemos nossa atitude e comecemos a criar uma atitude médica, aquela que deve – obrigatoriamente – fazer parte da sua postura perante um paciente. Saber ouvir, olhar nos olhos, tocar com gentileza o corpo do doente no exame, sorrir na hora certa, confortar, saber como se portar, vestir e agir perante uma pessoa que sofre e que precisa de ajuda. Isso precisa ser aprendido na faculdade. Quem não sabe isso, não é médico.

    A habilidade médica é a capacidade de abordar adequadamente o paciente, extrair seus sinais e seus sintomas e, à partir do conhecimento médico adquirido pelo estudo e pela prática, chegar a um diagnóstico e a uma terapêutica.

    Poucas pessoas sabem disso tudo antes de entrar na faculdade de medicina ou durante os primeiros anos. O processo de explorar o ser humano em busca de suas fragilidades biológicas – sejam físicas ou psicológicas – é uma arte que precisa ser refinada diariamente, desde o começo da faculdade e ad eternum. O conhecimento que galgamos é infinito, não há limites para o saber médico. Quanto mais se sabe, mais se pode ajudar o outro, mais nos tornamos médicos. Quanto menos sabemos, mais perigosos nos tornamos para a sociedade. É uma realidade dura a que nos submetemos quando entramos para a medicina. Esse é o dito ‘celibato’ do médico: o compromisso constante com o aperfeiçoamento tanto intelectual quanto moral. Do primeiro ao último dia.
    Fontes: por BabyCenter / Emerson Wolaniuk

    Um comentário:

    1. Muitas coisas para pensar né... um decisão difícil!

      linda semana!!! na torcida por vc!

      beijos

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