Atualizações

Nossa faz tempo né que eu não escrevo aqueles textos extensos que costumava escrever. Sei lá, estava sem vontade. Meio perdi o tesão por ficar falando disso. Antes eu existia aquele sentimento de a qualquer momento vai acontecer, agora, com tudo que aconteceu, a magia desse processo meio que se perdeu.

Quais as atualizações?

Post passado falei que tinha parado o ac (domingo, dia 14.02) e estava esperando RED chegar. Bem, para variar, ele ainda não chegou (quinta, dia 18.02). Se chegasse hoje, sábado seria a aplicação do indutor. Estou na esperança que chegue amanhã, quem sabe.  Aí domingo começaria. Bem, como o red adora brincar, não dá para saber quando de fato ele chega, então vamos esperar para ver.

Eu ainda estou na terapia, confesso que meio desanimada. Porque atualmente as minhas expectativas são totalmente diferentes do que quando comecei em setembro. Eram outras metas, outras situações a serem resolvidas. Olhando agora, eu vejo que apesar de naquela época de tentante existir bastante ansiedade e certa tristeza generalizada, era diferente. Eu não tinha parado a vida. Alias, eu estava muito bem, seguindo lá minha rotina diária de exercícios, fazendo meus projetos, curtindo as coisas na medida do possível. Atualmente, não é mais assim. Agora é um misto de tristeza, desesperança e falta de vontade de fazer tudo.

Tentei voltar aos exercícios, me matriculei novamente na natação. Dessa vez, os planos eram ficar fazendo atividade só três vezes na semana. O plano fracassou. Tive que faltar várias vezes por conta de um exame mais invasivo e também por causa da cirurgia. Também não poderei fazer atividade física durante o tratamento da FIV, por risco de torção nos ovários que com certeza estarão bem grandes por causa da indução de ovulação. Então, resumindo, rotina de exercícios fail.

Como eu tenho certa compulsão por comida quando meu humor está deprimido, eu aumentei 3kgs nesses últimos meses. Estou no maior peso que já tive na vida. É triste. Mas estou naquela fase de estar nem aí. O médico não falou nada. Mas eu sei que excesso de peso atrapalha na resposta aos medicamentos da indução, não sei se atrapalha quando a indução é com injetáveis que são medicações mais fortes, talvez não atrapalhe e por isso ele não falou nada.

Tenho medo de ter hiperestímulo e pensar que pelo menos tem o excesso peso para dar uma freada no remédio até me acalma. Dizem que quem tem sop tem risco aumentado de ter hiperestímulo, o médico também não falou sobre esse risco ser aumentado, ele falou apenas que estaria monitorando tudo e que aparecendo qualquer sinal de hiperestímulo, a transferência seria cancelada. Na punção dos folículos também poder acontecer algumas intercorrências, mas o médico disse que era algo bastante raro. O medo não é por causa das possíveis dores e incômodos, o medo é de dar algo errado que atrapalhasse alguma futura gravidez, sei lá.

Não me sinto mais a vontade de sair com a família do marido. Cheio de crianças pequenas, grávidas e mães só falando dos filhos. Sem condições. Não dá para mim.

Ainda tento ir pelo menos para a minha família, mas lá também tem crianças pequenas. E bate uma tristeza imensa quando olho para elas brincando. Porque eu não poderia ser igual as outras mulheres? Aquelas que engravidam por "acidente", aquelas que engravidam e levam a gravidez até o final na maior tranqüilidade... Porque comigo não é assim? Então eu fico quieta só perdida em pensamentos. Não consigo ser a mesma de antes, porque dentro de mim estar ali olhando as crianças brincar é como se me ferisse lentamente.

Tem dias que estou menos triste, tem dias que fico próxima do normal, mas, feliz, ainda não consegui ficar. Apenas estou seguindo conformada. Um dia após outro.

Marido aparentemente até entende, mais ou menos. Acho que entender mesmo, ele nunca vai. Ele quer ser pai, mas é aquele sentimento bem distante,sem urgência, ele está no "deixa a vida me levar". A urgência é minha. Sinto como se algo estivesse sendo-me negado. O direito de ser mãe.

Sim, é verdade, vamos fazer tratamento para superar isso. Mas e o medo? É como se tivéssemos jogando uma moeda ao ar, 50% de chance. O que será que vai sair?

Bem, vamos ver... Esse red que não chega.